Aquela época em que as pessoas tinham diferentes computadores para as atividades domésticas e profissionais ficou para trás. A tendência agora é o Bring Your Own Device (BYOD, traga seu próprio dispositivo), que, cedo ou tarde, vai chegar a empresas de todos os portes e setores.
Mas, afinal, o que é BYOD? O nome é literal: os profissionais levam seus equipamentos pessoais para trabalhar no escritório. Trata-se de um conceito que aumenta a flexibilidade, a simplicidade e a interatividade entre os colaboradores, já que permite que usem seus próprios aparelhos para acessar as informações da empresa a todo o tempo.
Um estudo da Cisco constatou que 69% dos líderes de Tecnologia da Informação (TI) de companhias de grande e médio portes acreditam que a mobilidade terá um impacto tão profundo nos próximos 10 anos quanto a internet teve nos últimos 20 anos. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura!
Popularização da mobilidade
Nesse cenário, o BYOD cresce cada vez mais. Isso porque todos nós estamos adquirindo vários dispositivos móveis — smartphones, tablets e notebooks já são quase extensões de nossos corpos. E, com isso, não podemos mais viver sem esses aparelhos, pois boa parte do trabalho do dia a dia é feita com eles.
Por esse motivo, uma política de BYOD aumenta a satisfação dos colaboradores, apesar de trazer desafios para a área de TI. Evitar o uso de dispositivos pessoais no ambiente de trabalho é quase impossível e, certamente, não é o melhor caminho a ser seguido. Por outro lado, ignorar possíveis ameaças coloca os negócios em risco.
Vantagens
A evolução tecnológica aumentou a capacidade e melhorou o desempenho dos dispositivos móveis. Com isso, o BYOD ganhou força, trazendo consigo algumas vantagens:
- redução de custos: quem investe em equipamentos, bem como atualiza seus hardwares e softwares, são os próprios colaboradores;
- flexibilidade: horários e locais de trabalho se tornam muito mais flexíveis com o BYOD, o que evita que trabalhos deixem de ser concluídos em função do ambiente. Além disso, a produtividade é maior, pois o usuário já tem familiaridade com a máquina e não precisa passar por um período de adaptação;
- desempenho: em geral, os dispositivos pessoais são mais atualizados do que os corporativos. Ou seja: o ganho em capacidade de processamento é imediato quando a empresa adota o BYOD;
- produtividade: os colaboradores ficam mais satisfeitos por poderem escolher em qual dispositivo trabalhar. Isso traz benefícios para o trabalho e melhora a produtividade.
Desafios
A velocidade da inovação tecnológica, a renovação nos dispositivos móveis e a crescente absorção de informações acabaram transformando a natural permissibilidade das empresas quanto ao uso de equipamentos pessoais no ambiente de trabalho.
Um dos maiores desafios do BYOD é a segurança de dados. Enquanto as organizações precisam ter políticas claras, os usuários devem aprender a se preocupar mais com esse assunto. Se, por um lado, a mobilidade é cada vez mais necessária, o mapeamento dos desafios e das respectivas soluções para eles é vital.
A partir do momento em que a companhia permite o uso de dispositivos pessoais, que inevitavelmente terão acesso a informações corporativas, ações indesejadas e exposição de dados que afetam a segurança corporativa podem acontecer. Veja alguns exemplos:
- repositórios na nuvem (como Dropbox, Google Drive e OneDrive) podem ser usados para copiar informações da empresa para dispositivos pessoais. Acordos de confidencialidade ajudam a proteger a propriedade intelectual e a privacidade dos dados;
- se houver falhas na política de segurança e privacidade da companhia, suas informações estratégicas podem ser colocadas em perigo. A área de TI deve conseguir proteger os conteúdos e restringir o acesso à rede corporativa;
- como o aparelho móvel pessoal tende, em geral, a ser menos seguro e a conter aplicativos ou programas maliciosos, o risco de ser alvo de hackers e cibercriminosos (que levam à contaminação por vírus e/ou ao roubo de dados, com prejuízos financeiros ou de imagem) aumenta. É essencial, portanto, incluir a obrigatoriedade de usar aplicativos para combater as ameaças, bem como de definir senhas e limitar o acesso à rede corporativa;
- a privacidade do colaborador, dono do dispositivo, pode ser violada, já que a empresa tem acesso a seus dados. Além disso, ele pode pedir o pagamento de horas extras, pois o equipamento fica conectado 24 horas por dia. Esses e outros aspectos trabalhistas devem ser considerados para evitar futuras ações na Justiça;
- a política de segurança precisa prever o controle do uso de softwares falsificados, já que programas de fontes não seguras podem colocar toda a rede em risco;
- para que a produtividade não seja prejudicada, os profissionais devem controlar o tempo que dedicam a atividades online que não estejam relacionadas ao trabalho.
Segurança
O uso de equipamentos pessoais torna a rede da empresa mais vulnerável e, por isso, é essencial cuidar da segurança do acesso. É preciso, ainda, se preocupar com os seguintes pontos:
- privacidade;
- acesso a dados críticos;
- proteção de propriedade intelectual;
- espionagem industrial.
A possibilidade de vazamento de informações, bem como de invasão de malwares e vulnerabilidades, deve ser diminuída ao máximo. Para isso, é essencial ter uma política de segurança bem definida, que indique os requisitos mínimos de segurança.
O dado corporativo e a sua respectiva proteção constituem um grande desafio para as organizações em qualquer contexto. No BYOD, uma possível solução é restringir o acesso a conteúdos e arquivos sensíveis. Se menos pessoas acessam essas informações, a proteção delas se torna mais fácil.
Política de proteção
O BYOD veio para ficar — as empresas devem, portanto, tornar suas redes seguras para abrigá-lo. Nesse cenário, a preocupação com a segurança se multiplica. E uma política de uso bem definida é o primeiro passo para reforçar a proteção dos dados corporativos na rede da companhia.
É fundamental que as regras dessa política sejam rígidas e contemplem os desafios do BYOD. Diversas áreas devem participar do seu desenvolvimento, pois há aspectos legais, sociais e trabalhistas envolvidos. Tais normas precisam ser comunicadas a todos os colaboradores, para que sejam seguidas com disciplina.
Quando se trata do setor hoteleiro, a rede naturalmente aceita o BYOD (dos clientes). É preciso, portanto, considerar a entrada de todos os hóspedes no sistema e mantê-los longe dos dados críticos. Já os funcionários devem ser instruídos a respeitar a política de uso, para que as informações corporativas não sejam corrompidas.
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